Elevador social x elevador de serviço: de onde veio essa separação?
- 3E IMOBI
- 20 de jun.
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A separação entre elevador social e elevador de serviço tem raízes profundas na história da arquitetura urbana brasileira e está diretamente ligada a questões sociais e culturais. Essa divisão surgiu com força no Brasil a partir da década de 1940, especialmente em edifícios de alto padrão construídos nas grandes cidades. A ideia era manter uma distinção entre quem “chegava” e quem “servia” refletindo uma sociedade marcada por hierarquias e desigualdades.
No elevador social, acessavam moradores e visitas, geralmente por entradas bem decoradas, com detalhes em mármore, espelhos e tapetes. Já o elevador de serviço era voltado para empregados domésticos, entregadores e quaisquer pessoas que estivessem a trabalho, sendo geralmente mais simples, localizado nos fundos do prédio e com menor manutenção estética.
Essa separação se consolidou durante um período em que a arquitetura imitava os padrões europeus aristocráticos, e o status social se refletia até no trajeto vertical dentro de um edifício. Durante décadas, o uso de um ou outro elevador não era apenas funcional, era um marcador de classe social.
Com o tempo, essa divisão passou a ser questionada por representar um tipo de segregação espacial dentro da própria moradia. A modernização da sociedade, as transformações nas relações de trabalho e a luta por igualdade de acesso aos espaços fizeram com que muitos novos empreendimentos deixassem de adotar a diferenciação entre os elevadores.
Hoje, embora ainda existam prédios com os dois tipos de elevador, a justificativa tende a ser mais prática do que social, como preservar o elevador principal de cargas pesadas ou resíduos. Ainda assim, a herança desse modelo levanta discussões importantes sobre arquitetura, comportamento e o reflexo da sociedade nos espaços que habitamos.
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