Imóveis pet friendly: tendência ou exigência no mercado imobiliário atual?
- 3E IMOBI
- 4 de abr.
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O crescimento expressivo do número de pets nos lares brasileiros é um reflexo direto das transformações sociais e afetivas pelas quais passamos nos últimos anos. Hoje, mais de 50% dos lares no Brasil possuem pelo menos um animal de estimação, e a relação com eles vai além do cuidado básico — eles são tratados como membros da família, com direito a espaço, conforto, rotina e qualidade de vida. Nesse contexto, o mercado imobiliário tem sido pressionado a se adaptar, não apenas por uma questão de tendência, mas por uma verdadeira exigência dos consumidores.
O conceito de imóvel pet friendly vai muito além de aceitar animais de estimação. Ele envolve uma série de elementos pensados para oferecer conforto e funcionalidade tanto para os tutores quanto para os pets. São exemplos disso: áreas externas cercadas, espaços de convivência específicos, lavanderias com infraestrutura para banho, pisos resistentes e fáceis de limpar, janelas com telas de proteção e até elevadores sinalizados ou específicos para circulação de animais.
Essa transformação não se limita ao produto final, mas já começa na concepção dos empreendimentos. Incorporadoras e construtoras estão cada vez mais conscientes da necessidade de incluir esse tipo de infraestrutura nos novos lançamentos, especialmente em segmentos de médio e alto padrão. Para além da valorização financeira do imóvel, que tende a aumentar com a oferta desses diferenciais, há também o ganho em visibilidade e competitividade no mercado.
Corretores, administradoras e profissionais do setor têm observado um comportamento claro: imóveis que não oferecem condições mínimas de conforto para pets estão sendo descartados por uma parcela significativa de compradores e locatários. E essa exigência não está restrita a grandes centros urbanos — ela se espalha por cidades médias e regiões em desenvolvimento, acompanhando a interiorização da demanda por qualidade de vida.
Do ponto de vista legal, há avanços importantes também. A jurisprudência tem reconhecido, em diversas instâncias, o direito de manter animais de estimação em unidades residenciais, desde que não causem transtornos ou riscos à saúde e segurança dos demais moradores. Isso tem pressionado condomínios a reverem regras internas, muitas vezes rígidas e ultrapassadas, que restringiam a presença ou circulação de animais. O desafio agora é encontrar o equilíbrio entre liberdade e responsabilidade, estabelecendo normas claras de convivência e bom senso entre vizinhos.
A procura por imóveis pet friendly também impulsiona outros segmentos do setor. Empreendimentos voltados para locação por temporada, por exemplo, estão cada vez mais destacando se aceitam pets, como forma de atrair hóspedes que não abrem mão de viajar com seus animais. O mesmo vale para imóveis em bairros mais arborizados ou próximos a praças e parques, que passaram a ter uma valorização ainda maior entre tutores.
Em resumo, o que começou como uma tendência de mercado — impulsionada por mudanças culturais e afetivas — hoje se consolida como uma exigência prática, que impacta diretamente decisões de compra, venda, locação e desenvolvimento imobiliário. Os imóveis preparados para acolher esse novo estilo de vida não são mais um diferencial; são, em muitos casos, um requisito mínimo para conquistar o consumidor moderno. Quem acompanha essa mudança de comportamento com sensibilidade, estratégia e foco em soluções reais tende a se destacar em um mercado cada vez mais atento às necessidades de bem-estar — para todos os membros da família.
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